Por João Paulo Ferreira | 4 setembro, 2024 - 16:19
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, fez um alerta severo sobre o futuro do Pantanal em audiência na Comissão de Meio Ambiente do Senado, nesta quarta-feira (4). Segundo ela, as mudanças climáticas, associadas a práticas inadequadas como desmatamento e uso indevido do fogo, colocam o bioma sob grave risco de desaparecer até o final deste século, se o atual padrão climático e ambiental for mantido.
De acordo com Marina, o Pantanal, que enfrenta a maior seca dos últimos 74 anos, pode perder sua biodiversidade e características únicas devido à combinação de baixa precipitação, alta evapotranspiração e degradação anual da cobertura vegetal. “A cada ano, perde-se vegetação e aumenta o impacto nas áreas alagadas. Se essa tendência continuar, poderemos perder o Pantanal até o fim do século”, afirmou.
A ministra ressaltou que, além do Pantanal, outros biomas, como a Amazônia e o Cerrado, enfrentam um cenário crítico com o aumento das queimadas e secas severas. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em agosto deste ano foram registrados 68,3 mil focos de queimadas no Brasil, um aumento de 144% em relação ao mesmo período de 2023.
Durante a audiência, Marina Silva elogiou a postura do governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), no combate aos incêndios no estado, que abriga grande parte do Pantanal. “Se não fosse o esforço conjunto com o governador, não estaríamos nem ‘empatando o jogo’. Conseguimos reduzir de dez para sete as frentes de combate a incêndios na última semana”, destacou.
Marina também enfatizou a necessidade de colaboração entre o governo federal, os estados e o setor privado para a criação de políticas públicas de proteção ambiental. A ministra fez um apelo para que o Congresso crie um marco regulatório de emergência climática e reforce os investimentos na área, como o crédito extraordinário de R$ 170 milhões aprovado neste ano para aumentar o contingente de brigadistas do Ibama e do ICMBio.
Ela ainda destacou que 85% dos incêndios ocorrem em propriedades privadas, sendo o município de Corumbá um dos exemplos mais alarmantes de correlação entre desmatamento e queimadas. A cidade foi responsável por cerca de 50% dos incêndios no estado em 2024.
Marina Silva destacou que o Pantanal, a maior planície alagada do planeta e um santuário de biodiversidade, precisa de ações emergenciais para evitar seu colapso. Ela alertou que os processos de seca, que se tornaram mais frequentes e severos, não serão revertidos sem uma mudança imediata de postura. A ministra defendeu que o Congresso, sociedade civil e o setor privado unam esforços para preservar os biomas brasileiros e garantir um futuro sustentável.
24 novembro, 2024
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