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Onça-pintada Miranda é resgatada e retorna ao Pantanal após tratamento de 43 dias

Onça-pintada resgatada em incêndio volta a seu habitat natural no Pantanal sul-mato-grossense

Por João Paulo Ferreira | 30 setembro, 2024 - 10:56

A onça-pintada conhecida como Miranda, que foi resgatada em 15 de agosto na região do município de mesmo nome, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, foi solta na última sexta-feira (27), após 43 dias de tratamento no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande. O felino passou por exames e curativos no Hospital Veterinário Ayty antes de ser devolvido ao seu habitat natural.

A operação de soltura envolveu profissionais do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), do CRAS, do Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap), do Ibama, da Polícia Militar Ambiental (PMA) e outros parceiros. Miranda foi solta em um refúgio ecológico na área que deu nome a ela, localizada a 236 km da capital, com mais de 53 mil hectares que oferecem as condições ideais para sua readaptação.

“A soltura da onça Miranda sela um trabalho que começou em 2020, quando o Gretap foi instituído, e homologado em 2021. Mostra o sucesso da conexão entre as instituições”, disse Paula Helena Santa Rita, bióloga e veterinária representante da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) no Gretap. Ela destacou a importância do trabalho conjunto entre as instituições para a recuperação de animais silvestres.

Resgate e tratamento

Miranda foi avistada com dificuldades para andar um dia antes de ser resgatada. A operação de resgate durou cerca de 26 horas, começando no dia 14 de agosto e concluindo no dia seguinte, quando o animal recebeu os primeiros atendimentos. Ela foi encontrada em uma manilha e sedada para os cuidados iniciais, sendo monitorada durante a viagem para a capital.

No CRAS, Miranda passou por curativos diários, ozonioterapia e uma dieta rigorosa de 3 a 5 kg de carne por dia, o que ajudou na sua recuperação. “Miranda é uma jovem onça-pintada, com grande potencial reprodutivo, o que nos traz esperanças de que ela possa contribuir para a continuidade da espécie no Pantanal”, afirmou Aline Duarte, veterinária gestora do hospital e coordenadora do CRAS.

A importância da soltura

A operação de transporte de Miranda foi meticulosamente planejada, com a equipe garantindo todos os cuidados necessários. Antes de ser solta, a onça recebeu um colar de rastreamento que permitirá o monitoramento de sua adaptação ao novo ambiente. Aline Duarte ressaltou a importância de monitorar a recuperação da vegetação na área, que foi afetada por incêndios florestais.

André Borges, diretor-presidente do Imasul, destacou que a soltura representa o fim de um ciclo de tratamento e um esforço coletivo na proteção da biodiversidade. “Vamos monitorá-la de perto nos próximos dias e semanas, com foco no seu comportamento”, disse Ricardo Arraes, veterinário do Onçafari.

Lílian Elane Rampin, bióloga e coordenadora do Onçafari, enfatizou a importância da parceria entre as instituições, que foi crucial para o tratamento de Miranda, que estava em péssimas condições quando foi resgatada.

O resgate e a soltura de Miranda fazem parte da Operação Pantanal 2024, que busca combater incêndios florestais e proteger a fauna local. A operação segue em andamento, com foco no equilíbrio ecológico da região.

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