VÍDEO: Sucuri abraça macaco-prego para almoçar, mas turistas se comovem e salvam o primata em Bonito

Um vídeo que mostra um macaco-prego lutando pela vida enquanto é estrangulado por uma sucuri viralizou nas redes sociais. O incidente, ocorrido em agosto de 2022 na cidade de Bonito, Mato Grosso do Sul, ressurgiu esta semana, causando um debate acalorado sobre a intervenção humana em eventos naturais.

As imagens angustiantes mostram o primata em agonia, agarrado às margens do rio Formoso, enquanto a serpente gigante o envolve cada vez mais apertado. Turistas presentes no local testemunharam a cena, registrando o momento em que o macaco lutava desesperadamente pela sobrevivência.

As reações dos espectadores variaram. Enquanto alguns pediam intervenção para resgatar o macaco, outros afirmavam que a natureza deveria seguir seu curso sem interferência humana. “Tadinho, ele está desesperado, tem criança aqui que vai ver ele morrer, coitado”, expressaram alguns dos turistas comovidos.

No desfecho do vídeo, indivíduos podem ser vistos retirando a sucuri da água, separando os dois animais. Segundo relatos, ambos os animais foram soltos na natureza após o incidente.

Henrique Abrahão Charles, biólogo, esclareceu que, embora a comoção diante da cena seja compreensível, interferir na vida de animais selvagens é inadequado. “Sucuris se alimentam de macacos, existem vários relatos e registros, no entanto, mesmo sabendo que é algo natural, as pessoas se comovem em ver uma cena dessas, mas não devemos esquecer que interferir na vida de um animal silvestre é errado”, alertou.

A capitã Thamara Moura, da Polícia Militar Ambiental, acrescentou uma perspectiva legal e ecológica à discussão. Ela destacou que a interferência na cadeia alimentar natural pode resultar em um desequilíbrio ecológico prejudicial. “Temos que entender que existe uma cadeia alimentar na natureza, existem animais que se alimentam de plantas, outros de frutos e outros animais. E as pessoas não podem interferir, isso causa um desequilíbrio ecológico e é crime, por mais que a situação comova”, ressaltou a oficial.

A atuação contra eventos naturais, de acordo com a militar, é considerada maus-tratos aos animais e pode acarretar em multas que variam de R$ 500 a R$ 3.000 por indivíduo.

O vídeo do confronto entre o macaco-prego e a sucuri trouxe à tona a complexa questão sobre a relação entre seres humanos e a vida selvagem, enfatizando a importância de entender e respeitar os ecossistemas naturais.

CONFIRA O VÍDEO: