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Boas práticas de manejo impulsionam pecuária no Pantanal para mais de 3,7 mi de cabeças de gado

Rebanho pantaneiro cresceu 3% em uma década, enquanto Mato Grosso do Sul registrou queda de 11,5%

Por João Paulo Ferreira | 29 outubro, 2024 - 15:39

Foto: Bruno Henrique Grolli Carvalho

A pecuária no Pantanal tem passado por transformações notáveis, motivadas pela incorporação de práticas de manejo e tecnologias que visam melhorar a produtividade e a preservação ambiental no bioma. Dados recentes mostram que o rebanho bovino da região cresceu 3% entre 2014 e 2024, apesar da redução de 11,5% do rebanho total de Mato Grosso do Sul no mesmo período. O número de cabeças de gado no Pantanal aumentou de 3.639.744 para 3.740.554, elevando a participação pantaneira no rebanho estadual de 17% para 20%.

A diversificação agrícola em outras regiões e o aprimoramento do manejo na planície pantaneira impulsionaram essa expansão. O consultor técnico do Sistema Famasul, Diego Guidolin, destaca a importância de práticas sustentáveis. “É importante que os produtores garantam alimentação adequada aos animais durante todo o ano para que consigam manter os índices de produção desejados”, afirma Guidolin.

Entre as mudanças adotadas por pecuaristas da região está a introdução de gramíneas comerciais, como a Brachiária humídicola, que se adapta bem aos solos alagadiços do Pantanal. Além disso, práticas como a estação de monta – concentrando nascimentos em um período de três meses – e a inseminação artificial em tempo fixo (IATF) têm sido fundamentais para otimizar a produção. “Atualmente, 90% das inseminações realizadas no Brasil utilizam esse método de sincronização de cio”, observa o consultor.

A pecuária pantaneira se destaca na produção de bezerros, com uma média anual de 800 mil animais, representando 15% da produção de Mato Grosso do Sul. Este desempenho contribui para o posicionamento do estado como o quarto maior produtor de carne bovina do Brasil. Além disso, o Pantanal sul-mato-grossense abriga 30% do rebanho de bovinos, 28% de equinos e 21% de ovinos do estado, consolidando a relevância econômica da atividade.

Para garantir a sustentabilidade desse modelo, instituições como o Senar/MS têm apoiado os produtores por meio de programas de capacitação e assistência técnica. O programa Ateg Pantanal oferece suporte técnico para melhorar a gestão das propriedades, enquanto o SuperAçãoPantanal, iniciado em 2024, visa auxiliar pecuaristas a se recuperarem de perdas causadas pelos incêndios na região.

Diante de desafios climáticos e pressões do mercado por práticas sustentáveis, a pecuária no Pantanal busca um equilíbrio entre o aumento da produtividade e a preservação ambiental, contando com a adoção de tecnologias e apoio de iniciativas de assistência técnica para se manter como referência no setor.

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