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Novilhos precoces respondem por 40% dos abates em Mato Grosso do Sul

Produção bovina no estado registra avanços tecnológicos e foco em eficiência sustentável

Por João Paulo Ferreira | 25 setembro, 2024 - 15:18

Foto: Mairinco de Pauda

Em 2023, Mato Grosso do Sul abateu mais de 3,5 milhões de bovinos, dos quais 40% foram novilhos precoces, totalizando 1,3 milhão de cabeças. Esses animais, jovens e de alta qualidade, são fruto de uma pecuária moderna, que tem investido em tecnologia e eficiência. Esse avanço foi impulsionado, em parte, pelo programa Precoce MS, criado pelo Governo do Estado por meio da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).

O Precoce MS oferece bonificações aos pecuaristas tanto pelo acabamento de carcaça dos animais quanto pelas práticas sustentáveis adotadas. Após uma recente reformulação, ocorrida em abril de 2024, o programa passou a igualar o peso dos critérios de qualidade da carne e sustentabilidade no processo produtivo. Desde então, já são 521 técnicos habilitados, inspecionando 2.250 propriedades rurais cadastradas. Apenas nos últimos cinco meses, foram abatidos 657.224 animais em 26 frigoríficos, resultando em R$ 43 milhões em incentivos repassados aos pecuaristas.

Durante o Fórum Precoce MS, realizado para atualizar os técnicos responsáveis sobre as novas regras do programa, o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, destacou a importância da pecuária para a economia estadual e o aprimoramento contínuo do setor. “Apesar de já termos resultados excepcionais, onde já conseguimos reduzir o tempo médio de abate dos animais do Estado em 17 meses, o que nós estamos discutindo hoje com o setor e com as assistências técnicas é um aprimoramento do programa e uma modernização”, afirmou Verruck.

O presidente da Associação Novilho Precoce MS, Rafael Gratão, destacou que o programa está transformando a pecuária do estado e abrindo novas oportunidades em mercados internacionais. “Entre os objetivos está a oportunidade de nos dedicarmos a uma pecuária diferente, cada vez mais eficiente. Esse processo contribuirá para que possamos vender nossa carne em mercados que pagam mais, como o da Europa, onde tudo é certificado e comprovado”, explicou Gratão.

Já o diretor-tesoureiro do Sistema Famasul, Frederico Stella, elogiou a credibilidade do Precoce MS, mas alertou para possíveis desafios futuros. “Uma nova formulação de ações, como o Precoce MS, sempre gera dúvidas, e este é o lugar certo para esclarecê-las. Aqui estão as pessoas que conhecem o programa e farão a diferença para o desempenho da pecuária no estado”, disse Stella, lembrando ainda que o programa poderá ser encerrado em 2032 caso não haja mudanças na reforma tributária.

Jaime Verruck também ressaltou o impacto da tecnologia no setor pecuário. “Quando olhamos para a proteína, nos últimos 8 ou 10 anos, constatamos que a pecuária perdeu cerca de 4 milhões de hectares. Às vezes focamos na questão da área, mas, na verdade, foi a pecuária que talvez tenha feito a maior demonstração de ganho e avanço tecnológico no estado, uma vez que se reduziu o tempo médio de abate dos animais, avançamos na qualidade e o peso médio aumentou”, afirmou Verruck. “Estamos produzindo mais carne de qualidade com menos hectares. Entendemos que a pecuária em Mato Grosso do Sul é uma atividade fundamental para o desenvolvimento econômico”, acrescentou o secretário.

Durante o Fórum, Gladys Espindola, gestora do Precoce MS, apresentou dados sobre o impacto do programa. “Desde o início do programa em 2017, foram mais de R$ 600 milhões repassados aos produtores que obtiveram animais precoces”, informou Espindola, destacando o crescimento da pecuária no estado.

O secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico-Sustentável, Rogério Beretta, também destacou a importância do evento como um espaço de aprimoramento. “O objetivo desse evento é fazer esse avanço, mostrar as oportunidades do Precoce MS aos técnicos e produtores. Nossa meta é evoluir para fazer com que todas as mais de duas mil propriedades elevem a eficiência na produção pecuária”, concluiu Beretta.

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