Por João Paulo Ferreira | 16 abril, 2024 - 15:50
A safra 2023/2024 de cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul finalizou com um recorde de produção. Com condições climáticas favoráveis e sem ocorrências de geadas durante o período, o estado processou 52,4 milhões de toneladas de cana, um aumento de 17,4% em relação à safra anterior.
Junto com o aumento na quantidade de cana processada, a produção de etanol e açúcar também cresceu. A produção de etanol alcançou 3,8 bilhões de litros, um aumento de 15%, enquanto a produção de açúcar subiu para 2,2 milhões de toneladas, um salto de 50,9%. Além disso, a energia elétrica gerada a partir da biomassa da cana teve um incremento de 8,6%, atingindo 2 milhões de MWh exportados para a rede nacional. Os dados foram apresentados durante a abertura da Expocanas em Nova Alvorada do Sul (MS).
Amaury Pekelman, presidente da Biosul, ressaltou a importância do estado no cenário nacional de bioenergia. “Mato Grosso do Sul continua sendo um dos principais estados produtores, ocupando o quarto lugar na produção de cana e etanol, o quinto em produção de açúcar, e é também o quarto maior exportador de bioeletricidade para o sistema”, destacou Pekelman.
Ele também mencionou que o setor de bioenergia do estado está em sua terceira fase de expansão e prevê um aumento ainda mais significativo para as próximas safras. “As projeções apontam que Mato Grosso do Sul pode se tornar o segundo maior produtor de etanol do Brasil nas próximas duas safras”, declarou Pekelman.
Atualmente, o estado conta com 19 indústrias bioenergéticas em operação, que juntas geram um impacto significativo na economia local. A bioenergia é responsável por mais de R$ 1,2 bilhão em massa salarial, representando 16,5% do PIB industrial do estado. “Essas indústrias geram cerca de 30 mil empregos diretos e terceirizados e estão presentes em mais de 40 municípios, oferecendo oportunidades de trabalho, capacitação profissional, renda e desenvolvimento local”, afirmou.
O governador Eduardo Riedel reforçou o compromisso do estado com a produção de energia limpa e renovável. Ele anunciou a redução da alíquota de ICMS sobre o biometano de 17% para 1,8% como medida de incentivo ao setor. “O Mato Grosso do Sul está focado em segurança alimentar, transição energética e sustentabilidade ambiental em sua estratégia nacional e global”, explicou.
Por fim, a Atvos divulgou um investimento de R$ 350 milhões na construção de uma usina de biometano em Nova Alvorada do Sul. A nova instalação usará vinhaça e torta de filtro, resíduos da produção de cana, e terá capacidade para produzir 28 milhões de metros cúbicos de biometano. Esta será a segunda unidade a investir em biometano no estado, seguindo a iniciativa da Adecoagro em Ivinhema, que está expandindo sua capacidade de produção.
Jaime Verruck, secretário de Estado de Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Inovação, destacou a importância dessas iniciativas para o mercado de biometano. “Estamos fomentando a produção de biometano em diversas áreas, incluindo a suinocultura, e agora, com a redução do ICMS, estamos estimulando ainda mais esse mercado, que representa uma nova fronteira na transição energética”, concluiu.
23 novembro, 2024
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