Por Viviane Freitas | 10 novembro, 2023 - 11:42
Recentemente, o Vaticano esclareceu a posição da Igreja Católica em relação ao batismo de pessoas transexuais, emitindo um documento assinado pelo papa Francisco e pelo Cardeal Víctor Manuel Fernández.
A pergunta feita pelo bispo José Negri de Santo Amaro (SC) era direta: “Uma pessoa transexual pode ser batizada?”. A resposta foi afirmativa, indicando que um transexual, mesmo após tratamento hormonal e cirurgia de redesignação de sexo, pode receber o batismo nas mesmas condições que outros fiéis.
No entanto, há um adendo: a permissão está condicionada à inexistência de situações que possam gerar escândalo público ou desorientação entre os fiéis. O documento ainda destaca que crianças ou adolescentes com questões naturais transexuais, devidamente preparados e dispostos, podem receber o batismo.
O documento foi uma resposta a uma carta enviada pelo bispo Negri em julho, contendo dúvidas sobre a participação de pessoas transexuais e homoafetivas em batismos e casamentos católicos.
Outra questão abordada foi se pessoas trans ou outras da comunidade LGBTQA+ poderiam testemunhar em casamentos católicos. A resposta foi afirmativa, não havendo proibição na legislação canônica universal. No entanto, todas as respostas enfatizam a necessidade de prudência para proteger o sacramento e evitar escândalos.
Quanto à função de padrinho/madrinha, uma pessoa trans pode desempenhá-la, mas sob certas condições, exigindo prudência pastoral para evitar perigo de escândalo ou confusão entre os fiéis.
No caso de pessoas homossexuais que vivem numa relação semelhante ao casamento, reconhecida pela comunidade local, elas não devem servir como padrinhos, mas podem ser convidadas a serem testemunhas do batismo. Para batizar o filho, é necessário que haja uma esperança fundada de que a criança será educada na religião católica.
O documento considera a exortação Evangelii Gaudium de 2013, na qual o papa Francisco destaca que a Igreja deve ter razões sérias para rejeitar alguém e ser hesitante ao negar o batismo, ressaltando o aspecto da fidelidade do amor incondicional de Deus.
21 novembro, 2024
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