Por João Paulo Ferreira | 17 janeiro, 2024 - 15:07
Em uma audiência geral recente, o Papa Francisco surpreendeu os fiéis e observadores ao descrever o prazer sexual como um “presente de Deus”. Este pronunciamento ocorreu na sala Paulo VI, onde o Papa discutiu temas relacionados ao vício da luxúria. Ele frisou que, dentro do cristianismo, não há a condenação do instinto sexual, uma visão que contrasta com interpretações mais conservadoras frequentemente associadas à Igreja.
O pontífice argentino enfatizou a importância do prazer sexual, mas alertou sobre os perigos que ele enfrenta na sociedade moderna. Ele criticou a pornografia por minar a verdadeira essência do prazer sexual, argumentando que a “satisfação sem relacionamento” pode levar a formas de dependência, distorcendo o propósito e a beleza desse aspecto da vida humana.
Durante sua fala, o Papa Francisco fez uma distinção clara entre castidade e abstinência sexual. Ele explicou que a castidade é uma virtude que deve estar ligada à vontade de nunca possuir o outro, e não simplesmente à abstinência de atos sexuais. Além disso, classificou a luxúria como um “vício perigoso”, destacando os desafios que muitos enfrentam ao longo da vida para superar a “objetificação” do outro.
O Papa também refletiu sobre a natureza do amor e dos relacionamentos. Ele mencionou que muitos relacionamentos começam bem, mas podem se tornar tóxicos devido à posse e falta de respeito e limites. Segundo ele, o verdadeiro amor envolve doação e serviço, não posse, e a ausência de amor leva à solidão e tristeza.
Em uma mudança significativa de política, o Vaticano, com a aprovação do Papa Francisco, publicou um documento em 18 de dezembro autorizando a bênção de casais considerados “irregulares” aos olhos da Igreja. Isso inclui casais que se casaram mais de uma vez e casais do mesmo sexo, contanto que as bênçãos ocorram fora dos rituais litúrgicos. Essa decisão reflete uma abordagem mais acolhedora e menos julgadora da Igreja em relação a indivíduos e casais que buscam amor e misericórdia divina.
Contudo, o Vaticano esclareceu que as bênçãos para casais homossexuais não são formalizadas e são caracterizadas pela simplicidade. A intenção é não justificar algo que a Igreja não considera moralmente aceitável, mantendo um equilíbrio entre a acolhida e a adesão aos princípios morais da Igreja.
21 novembro, 2024
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