No último sábado (11), o guia de turismo Célio Araújo capturou um momento impressionante nas águas cristalinas do rio Sucuri, em Bonito (MS). Durante o passeio, ele flagrou uma sucuri gigante predando uma capivara. O vídeo foi compartilhado nas redes sociais e chamou a atenção de especialistas e do público.
O encontro aconteceu por volta das 9h da manhã e durou cerca de cinco minutos, tempo suficiente para que Célio registrasse a cena sem interferir. “Não pode ficar muito tempo próximo, para evitar que ela [a sucuri] se sinta incomodada e abandone a presa”, explicou o guia.
A digestão das sucuris é um processo demorado. A doutora em Ecologia Juliana de Souza Terra explica que essas serpentes podem levar até um mês para digerir presas grandes. Durante esse período, elas permanecem submersas para evitar predadores e reduzir a exposição a ameaças.
“As sucuris têm adaptações únicas. Elas conseguem deformar o crânio, possuem mandíbula flexível e pele elástica, o que permite que engulam presas de grande porte. Algumas espécies conseguem abrir a boca em até 180°”, detalhou a especialista.
Das quatro espécies de sucuris existentes no mundo, três habitam o Brasil:
A única que não ocorre no país é a Eunectes beniensis (sucuri-de-bene), encontrada apenas na Bolívia.
Juliana também destacou a associação dessas serpentes com ambientes aquáticos. “O nome do gênero, Eunectes, significa ‘bom nadador’ em grego. Isso reflete a habilidade das sucuris em realizar suas atividades, como caça e reprodução, nesses habitats”, concluiu.