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Músico que espancou jornalista com bebê no colo volta à prisão após novas provas

Justiça revogou soltura e determinou prisão preventiva de Phillipe Calazans, que se entregou à polícia

João Paulo Ferreira
Por: João Paulo Ferreira
18/03/2025 às 10h39 Atualizada em 18/03/2025 às 11h14
Músico que espancou jornalista com bebê no colo volta à prisão após novas provas

O músico Phillipe Eugênio Calazans de Sales, de 38 anos, que espancou sua namorada, uma jornalista de 37 anos, enquanto ela segurava a filha do casal, de apenas 8 meses, no colo, voltou a ser preso nesta segunda-feira (17) em Campo Grande.

A agressão ocorreu no dia 3 de março, quando o casal retornava de um almoço na casa de amigos. Ao chegarem à casa da jornalista, sem qualquer discussão, Phillipe a golpeou no rosto e continuou as agressões, ignorando que ela segurava a filha nos braços. A vítima sofreu fratura no nariz e cortes profundos no rosto, precisando de atendimento médico.

Após ser preso em flagrante, Phillipe conseguiu a liberdade provisória no dia 11 de março, com uso de tornozeleira eletrônica. A decisão gerou revolta, já que mesmo com a gravidade do caso, ele recebeu o direito de visitar a filha. A vítima relatou viver com medo, afirmando que “ele está solto e eu é que estou presa”.

Agora, após novas provas e depoimentos da vítima, a Justiça revogou a decisão de soltura e determinou a prisão preventiva do agressor por tempo indeterminado. Ele se apresentou na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e deverá ser transferido para o presídio nos próximos dias.

Novos depoimentos e provas levaram à prisão preventiva

Na última quinta-feira (13), a jornalista prestou um novo depoimento, trazendo mais detalhes do relacionamento abusivo que durou quatro anos. Ela apresentou laudos psicológicos e evidências de agressões verbais e morais, desmontando a tese de que a violência ocorrida em março teria sido um "caso isolado".

Diante das novas informações, a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) reconsiderou a decisão anterior e expediu mandado de prisão preventiva, ou seja, Phillipe ficará preso por tempo indeterminado até o julgamento do caso.

O advogado da vítima, Luiz Kevin Barbosa, afirmou que a estratégia da acusação foi demonstrar que o agressor sempre representou perigo para a vítima, não apenas no episódio da agressão.

"Com as novas provas e depoimentos, ficou claro que essa violência não foi um caso isolado. Phillipe tem um histórico de agressão psicológica e manipulação emocional. A Justiça, agora, reconheceu a necessidade de mantê-lo preso”, explicou Barbosa.

Já o novo advogado de Phillipe, Luiz Renê Amaral, afirmou que ainda não teve acesso ao processo e que só irá se manifestar quando analisar os detalhes da decisão judicial.

Vítima teme pela própria vida: “Ele está preso agora, mas e depois?”

Desde que a agressão se tornou pública, a jornalista relatou viver com medo constante. Quando Phillipe foi solto no dia 11, ela afirmou que se sentia "presa dentro de casa", pois a medida protetiva de 200 metros de distância era insuficiente para garantir sua segurança.

Agora, mesmo com a nova prisão do agressor, a vítima segue apreensiva.

"Ele está preso agora, mas e depois? Quem me garante que ele não vai sair e tentar se vingar? Eu só quero segurança para mim e para minha filha”, desabafou.

Novo julgamento pode definir futuro do agressor

Na próxima quinta-feira (21), o Tribunal de Justiça deve julgar um novo habeas corpus apresentado pela defesa de Phillipe. Caso o pedido seja negado, ele poderá permanecer preso até o julgamento definitivo do caso.

O Ministério Público também pode denunciar o agressor por lesão corporal grave e descumprimento da Lei Maria da Penha, o que pode resultar em pena mais severa.

Relembre o caso

  • 3 de março: Phillipe agride a jornalista com a filha no colo, causando fratura no nariz e ferimentos no rosto. A vítima consegue pedir ajuda e o agressor é preso em flagrante.
  • 11 de março: Justiça concede liberdade provisória ao agressor, que passa a usar tornozeleira eletrônica e recebe direito de visitar a filha.
  • 13 de março: Vítima presta novo depoimento e apresenta provas de abuso psicológico durante quatro anos de relacionamento.
  • 17 de março: Justiça revoga a soltura e expede mandado de prisão preventiva. Phillipe se entrega à polícia e será encaminhado ao presídio.
  • 21 de março: Tribunal julgará pedido de habeas corpus da defesa.

Onde denunciar violência doméstica em MS

Mulheres vítimas de violência doméstica podem procurar ajuda na Casa da Mulher Brasileira, localizada na Rua Brasília, s/n, Jardim Imá, em Campo Grande. O atendimento funciona 24 horas por dia, inclusive nos finais de semana.

Denúncias podem ser feitas pelos telefones:
153 (Guarda Municipal)
190 (Polícia Militar)
180 (Central de Atendimento à Mulher)

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