Por João Paulo Ferreira | 8 outubro, 2024 - 14:58
Regina Fátima Monteiro de Arruda, de 52 anos, foi brutalmente assassinada pelo próprio filho, um adolescente de 16 anos, na madrugada do último domingo (6), em sua residência localizada na Rua Macaraí, no Jardim Zé Pereira, em Campo Grande. O crime chocou a vizinhança e foi registrado como feminicídio, sendo o 24º caso do tipo em Mato Grosso do Sul em 2024.
Segundo informações de vizinhos, mãe e filho tinham um histórico de brigas constantes. Durante a madrugada, os vizinhos ouviram gritos vindos da casa e acionaram a polícia por volta das 5h. A primeira equipe de policiais, ao chegar ao local, não encontrou nenhum sinal de briga e deixou o local. Porém, logo depois, uma vizinha, preocupada com o silêncio, insistiu para que a polícia voltasse e investigasse mais a fundo. Ao retornarem, os policiais pularam o portão e, ao entrar na casa, encontraram Regina morta, caída em um dos cômodos com múltiplos ferimentos.
A vítima foi encontrada com cerca de 20 facadas, sendo várias no rosto, pescoço, cabeça, tórax e nádegas. O corpo também apresentava sinais de defesa, com lesões nas mãos e braços, indicando que ela tentou se proteger durante o ataque. Durante a luta, a faca usada quebrou, e o adolescente usou pedras e pedaços de vidro, um dos quais foi encontrado cravado em seu pescoço.
Horas após o crime, o adolescente retornou à casa, momento em que foi apreendido pela polícia. Segundo a delegada Cyntia Gomes, da Depac Cepol, o jovem confessou o crime e relatou ter premeditado o assassinato. Ele disse que esperou a mãe dormir para iniciar o ataque, desferindo a primeira facada em seu pescoço enquanto ela ainda dormia. A partir desse momento, a mãe acordou e começou a gritar, mas ele continuou as agressões.
Na delegacia, o jovem afirmou que o crime foi motivado por uma série de abusos que ele sofria da mãe. Segundo o adolescente, Regina o agredia física e verbalmente, o humilhava e o impedia de usar o próprio salário, fruto de seu trabalho como menor aprendiz. O jovem também mencionou que sua relação familiar era marcada pela ausência do pai, que está preso há muitos anos.
O crime será investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (Deaij), e o adolescente ficará apreendido, devendo responder por ato infracional análogo a feminicídio. A polícia também investiga o contexto familiar e possíveis abusos que possam ter contribuído para o ocorrido.
Vizinho relatam que Regina tinha problemas com álcool, o que pode ter intensificado os conflitos entre mãe e filho. A comunidade, embora chocada, mencionou que o adolescente era uma pessoa tranquila e trabalhadora, o que levantou suspeitas de que o crime pode ter sido uma reação a abusos domésticos.
21 novembro, 2024
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