Por João Paulo Ferreira | 20 abril, 2024 - 12:58
José Roberto de Souza, policial militar reformado de 54 anos, faleceu na última sexta-feira (19) devido a complicações cardíacas. Ele estava detido no Hospital Cassems, em Campo Grande, onde havia sido internado na quarta-feira (17), após ser diagnosticado com influenza A. Além da gripe, Souza sofria de problemas renais, cardíacos e diabetes, condições que complicaram seu estado de saúde.
Desde fevereiro de 2023, Souza estava preso após um incidente chocante durante uma audiência no Procon-MS, onde matou o empresário Antônio Caetano de Carvalho. Durante o período de encarceramento, a defesa de Souza fez múltiplos pedidos para que ele cumprisse prisão domiciliar, argumentando que sua saúde estava deteriorando e que ele necessitava de cuidados médicos especializados. Todos esses pedidos foram negados, e um habeas corpus requisitado em dezembro também não foi julgado a tempo.
A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) afirmou que Souza recebia toda a assistência médica necessária no módulo de saúde do complexo penitenciário e tinha acesso a consultas com especialistas. No entanto, sua condição piorou rapidamente após a internação no hospital. Apesar dos esforços, ele não resistiu.
A morte do ex-policial trouxe à tona questionamentos sobre os cuidados de saúde providenciados a detentos com condições médicas graves e sobre as decisões do sistema judiciário em relação ao tratamento de prisioneiros enfermos. A defesa de Souza expressou frustração e impotência diante das negativas judiciais, anunciando que planeja responsabilizar as autoridades por negligência.
O incidente que levou Souza à prisão ocorreu em uma audiência de conciliação no Procon-MS, envolvendo uma dívida de R$ 630. Durante a sessão, em um momento de alta tensão, Souza disparou três tiros na cabeça de Antônio Caetano de Carvalho, um empresário de 67 anos. O ataque foi motivado por uma disputa financeira relacionada a serviços prestados pela garagem de veículos de Carvalho. Após o crime, Souza fugiu do local, sendo capturado dias depois. A sua ação foi gravada pelas câmeras de segurança, que o mostraram andando tranquilamente por uma calçada momentos após o homicídio.
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul denunciou Souza por homicídio triplamente qualificado, destacando o uso de meio que dificultou a defesa da vítima, o motivo fútil da dívida e a idade avançada do empresário. A defesa de Souza, por sua vez, alegou que ele agiu em autodefesa após ser ofendido por Carvalho durante a audiência.
21 novembro, 2024
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