Por Redação | 6 outubro, 2021 - 15:53
A Procuradoria-Geral da República denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o deputado federal Loester Trutis (PSL-MS) por comunicação falsa de crime, porte ilegal de arma de fogo e disparo de arma de fogo. Loester é acusado de ter forjado o próprio atentado a bala.
O caso começou a ser investigado no ano passado, quando o deputado bolsonarista afirmou que foi vítima de uma “emboscada” na rodovia BR-060, entre Sidrolândia (MS) e Campo Grande (MS). O carro que era dirigido por um assessor foi atingido por tiros nos vidros traseiros e na lateral.
O próprio parlamentar postou imagens do veículo nas redes sociais e se dirigiu à Superintendência da Polícia Federal, onde formalizaram a denúncia de suposta tentativa de homicídio.
Loester foi eleito em 2018 sob a bandeira da nova política e com propostas conservadoras, defendendo as ideias do presidente Jair Bolsonaro sobre o armamento da população. Ele está em seu primeiro mandato na Câmara e já ocupou a vice liderança do governo na Câmara.
Mas, de vítima, o parlamentar passou a investigado. Segundo a Polícia Federal, o atentado não ocorreu, portanto, não houve crime.
Em nota, Loester Trutis nega ter forjado o atentado e afirma estar sendo “vítima de um refinado conluio de autoridades locais, que induziram o PGR e a ministra a erro“. O parlamentar diz esperar que as provas apresentadas por ele sejam analisadas fora do Mato Grosso do Sul e que os “atos ilícitos dessa investigação sejam finalmente demonstrados”.
“O que de fato ocorreu foi uma verdadeira simulação de tentativa de homicídio, na qual o parlamentar (A) e seu assessor (B), portando irregularmente arma de fogo de uso permitido, efetuaram disparos em via pública (estrada vicinal adjacente à Rodovia BR, 060) contra o veículo”, afirmou Jacques.
Segundo Medeiros, “ambos tiveram protagonismo na empreitada criminosa e concorreram igualmente para a prática dos delitos”.
A PGR afirmou que Loester tentou explorar politicamente o fato, uma vez que fez diversas postagens relacionamento o falso atentado com a bandeira do armamento.
“Assim, considerando que o porte de arma é uma pauta política defendida intensamente pelo deputado Loester Trutis; o parlamentar, ao noticiar o episódio, atribui ao porte de arma a ausência de lesões e, até mesmo, o escape da “morte”; e, ainda, ele aduz ter sido “vítima” em razão de embates políticos no Estado de representação, vislumbra-se a conexão dos fatos apurados com a atividade parlamentar”, escreveu.
Agora, o STF vai analisar a denúncia. Se a acusação for recebida, o deputado passa a ser réu. Não há prazo para isso.
Em manifestação de junho deste ano, o deputado disse que o inquérito tem motivação política. “A investigação é cheia de erros grosseiros o que leva a acreditar que também há interesse em proteção do verdadeiro culpado”, alegou Trutis.
A PF apontou ao STF:
O relatório ainda relembra as três armas de fogo de uso restrito que foram apreendidas na residência do deputado federal, em novembro de 2020, sendo que todas elas estavam em nome de terceiros (duas pistolas no nome de Ciro Fidelis e um fuzil, no nome de Jovani Batista da Silva). Trutis chegou a ser preso, mas foi solto após habeas corpus.
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