Dourados inicia vacinação em massa contra dengue em parceria com laboratório japonês

A cidade de Dourados, no Brasil, deu início a um programa de vacinação em massa contra a dengue nesta quarta-feira. Este programa é resultado de uma colaboração entre a Prefeitura e o laboratório japonês Takeda, que desenvolveu a vacina Qdenga. A campanha tem como alvo cerca de 150 mil habitantes de Dourados, entre 4 e 59 anos, marcando um evento inédito no país.

A vacina Qdenga, já disponível na rede privada, exige duas doses para imunização completa, com a segunda dose sendo aplicada três meses após a primeira. A Secretaria Municipal de Saúde (Sems) recebeu aproximadamente 90 mil doses do laboratório, e a distribuição começou às 7h30 desta quarta-feira para todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade. Os moradores podem receber a primeira dose apresentando documentos como CPF e carteirinha do SUS.

Nos ensaios clínicos, a Qdenga demonstrou uma eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo após 12 meses da segunda dose, além de reduzir as hospitalizações em 90%. O laboratório Takeda afirma que a vacina garante imunização por até cinco anos.

O secretário municipal de Saúde, Waldno Lucena, destaca a importância desses resultados para Dourados, esperando uma redução significativa nas internações por dengue, especialmente em UTIs. Edvan Marcelo Marques, gerente do Núcleo de Imunização, ressalta a experiência adquirida na pandemia da covid-19 para planejar essa ação de vacinação. Ele menciona que além das 90 mil doses iniciais, outras 70 mil chegarão até o final do mês, garantindo a primeira dose para muitos até o final de março. A vacinação será realizada nas áreas urbanas, distritos e reservas indígenas, com estratégias para alcançar o maior número de pessoas, incluindo unidades móveis em empresas e comércio.

O Ministério da Saúde anunciou que a vacina Qdenga seria incorporada ao Plano Nacional de Imunizações (PNI), após o anúncio da Prefeitura de Dourados e da parceria com o Laboratório Takeda. O Ministério ainda deve divulgar o planejamento para a vacinação, focando em regiões mais afetadas pela doença e em grupos prioritários, considerando a entrega escalonada de doses conforme a capacidade de produção do laboratório.