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Com tecnologias avançadas e colaboração com a NASA, bombeiros de MS atuam na prevenção e combate de incêndios em áreas florestais

Uso de drones, monitoramento por satélite e parcerias estratégicas potencializam os esforços no Pantanal e Cerrado

Por João Paulo Ferreira | 11 março, 2024 - 17:34

A implementação de tecnologias modernas auxilia no monitoramento e na conservação do Pantanal e do Cerrado em Mato Grosso do Sul, graças aos esforços do Corpo de Bombeiros do estado na luta contra os incêndios em matas.

Equipados com drones, vestimentas e calçados especiais para proteção contra o fogo, acompanhamento por satélite através de parcerias com a NASA – a agência espacial americana –, a Polícia Federal, o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e o IMASUL (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), além de tecnologias de navegação, análise de dados e inteligência artificial, a performance dos bombeiros se torna cada vez mais precisa e eficaz para prevenir e minimizar os estragos causados por incêndios em áreas de vegetação.

“A tecnologia da informação é um ponto que também exploramos. Atualmente, a integração é fundamental, e isso nos torna mais eficazes no combate aos incêndios, pois já na fase de prevenção estamos monitorando o clima, as condições e o ambiente. No Corpo de Bombeiros, contamos com um setor de geoprocessamento de dados que opera 24 horas, além de outras tecnologias. Atualmente, nossas equipes partem para a ação equipadas com drones e computadores, o que lhes dá uma visão abrangente do incêndio antes mesmo de chegarem ao local. Essa tecnologia tem aprimorado significativamente nossos serviços”, declarou a tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora do Centro de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar de MS.

O Centro de Proteção Ambiental, ativo há mais de 21 anos, opera ininterruptamente, realizando monitoramento e análise de dados todos os dias, o que fundamenta

as operações dos bombeiros no enfrentamento aos incêndios florestais no território.

“Estabelecemos parcerias com a NASA, a Polícia Federal e o Imasul, o que nos proporciona uma vantagem única no monitoramento. As informações são atualizadas em tempo real, o que é essencial para a definição das estratégias de combate,” explicou o tenente Alexandre de Oliveira, especialista em engenharia ambiental do Centro de Proteção Ambiental.

A integração da tecnologia com as informações coletadas através do monitoramento contínuo é crucial para uma resposta eficaz na preservação dos ecossistemas de Mato Grosso do Sul. “Observamos uma diminuição de aproximadamente 70% nos pontos de calor em todo o estado, não apenas no Pantanal, assim como uma redução significativa na extensão das áreas afetadas. A partir do nosso monitoramento até a ação no campo, com o apoio de agências estaduais, federais e internacionais, conseguimos coordenar todos os esforços para uma abordagem mais eficiente,” afirmou Oliveira.

As práticas de treinamento, o uso de tecnologia para monitoramento e outras iniciativas contribuíram diretamente para a diminuição dos incidentes de incêndios florestais na região.

“Com o passar das temporadas críticas, nos aprimoramos, inclusive através de legislações atualizadas que regulamentam as medidas preventivas em propriedades rurais para evitar incêndios e, quando ocorrem, garantir o uso de materiais e equipamentos adequados. Além disso, as brigadas de incêndio florestal foram oficializadas no estado. Essas medidas permitiram o avanço tecnológico. Contamos com aeronaves equipadas especificamente para o combate a incêndios, equipamentos de proteção individual para nossos combatentes e cooperação com outras agências, representando a evolução dos últimos anos. Tornamo-nos referência para outros estados,” relatou a tenente-coronel Tatiane.

A colaboração entre o governo estadual na prevenção e controle de incêndios no Pantanal e outros ecossistemas de Mato Grosso do Sul já demonstra resultados positivos, com uma expressiva redução na quantidade de terras afetadas.

Um estudo realizado pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS, divulgado em abril de 2023, mostra uma diminuição de 74,7% nos pontos de calor nos três principais biomas do estado – Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica –, de 9.377 em 2021 para 2.368 em 2022.

No Pantanal, tanto a extensão das áreas queimadas quanto os pontos de calor diminuíram em mais de 80%. Em 2021, mais de 1,3 milhão de hectares foram afetados, com mais de 5.9 mil pontos de calor registrados. Em 2022, essa área foi reduzida para 246,9 mil hectares, com pouco mais de 1,1 mil pontos de calor em seis municípios. Os registros de incêndios florestais atendidos pelo Corpo de Bombeiros também caíram em mais de 40%.

No Cerrado, houve uma redução de 67,6% nos pontos de calor, de mais de 3 mil em 2021 para 973 em 2022. Na Mata Atlântica, a diminuição foi de 53,6%, de 474 para 220 pontos de calor.

Esses avanços também foram significativos na conservação de áreas protegidas, com reduções expressivas na extensão das áreas queimadas em unidades de conservação do Pantanal e Cerrado, na Rede Amolar e em terras indígenas.

As estratégias do governo estadual para manter o controle sobre os pontos de calor são implementadas ao longo de todo o ano, integrando sustentabilidade e medidas eficazes para proteger os biomas, especialmente durante os períodos de seca, quando o risco de incêndios é maior. Um dos reforços recentes é a aeronave Air Tractor, destinada a operar em áreas de difícil acesso. Esse avião, capaz de transportar até três mil litros de água, foi entregue no dia 28 de fevereiro de 2023, no Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, ampliando a capacidade de resposta em situações críticas.

“A recente menção do INPE, destacando o Mato Grosso do Sul como um exemplo a ser seguido, reforça o sucesso de nossas iniciativas. Através de estudos e a colaboração do Comitê Interinstitucional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, estamos alcançando resultados notáveis na conservação do nosso meio ambiente,” concluiu a tenente-coronel.

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