Por João Paulo Ferreira | 15 setembro, 2024 - 15:37
O Mato Grosso do Sul registrou um aumento expressivo no número de viagens realizadas por seus moradores no ano de 2023. Após os anos de pandemia, quando as restrições sanitárias impactaram diretamente o turismo, o estado observou um crescimento de 77,1% nas viagens, totalizando 294 mil deslocamentos, nacionais e internacionais. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em comparação, durante o ano de 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19, o Mato Grosso do Sul registrou 200 mil viagens, número que caiu para 166 mil em 2021. A retomada das atividades turísticas em 2023 superou as expectativas, com o aumento de 128 mil viagens em relação a 2021. Esse crescimento foi maior que a média nacional, que ficou em 71,5% no mesmo período.
O percentual de domicílios sul-mato-grossenses em que pelo menos um morador declarou ter viajado também apresentou aumento em 2023, atingindo 20,9% dos lares (216 mil domicílios). Esse valor representa uma recuperação significativa em relação aos 14,2% registrados em 2021 e aos 16,5% em 2020, durante os anos mais severos da pandemia.
Nacionalmente, 19,8% dos domicílios brasileiros registraram viagens em 2023, o que também indica uma recuperação frente aos anos de pandemia, com 12,7% em 2021 e 13,9% em 2020.
Dentre as viagens realizadas por moradores de Mato Grosso do Sul, 85,9% foram motivadas por razões pessoais. O principal motivo apontado foi a visita ou participação em eventos com familiares e amigos, que representou 36,8% das viagens. O lazer também teve forte presença, com 31,5%, seguido por tratamentos de saúde ou consultas médicas, que representaram 24,9% das viagens.
Esses dados reforçam o perfil das viagens de 2023, focadas em reestabelecer laços familiares e de amizade após o período de isolamento social imposto pela pandemia, ao mesmo tempo que indicam a importância de cuidados médicos em deslocamentos internos no estado.
O carro particular ou de empresa continua sendo o principal meio de transporte utilizado pelos sul-mato-grossenses, representando 61% das viagens realizadas em 2023. No entanto, esse número reflete uma queda em comparação a 2020, quando a proporção de uso desses veículos atingiu 70,3%. Essa redução pode ser explicada pelo aumento na utilização de outros meios de transporte, como o avião, que subiu de 8,3% em 2020 para 11,5% em 2023, e também pelo crescimento do uso de vans ou perueiros.
Em contrapartida, o uso de ônibus de linha sofreu leve redução, de 8,9% para 8,2%, no mesmo período.
Ainda que o número de viagens tenha crescido, uma parcela significativa da população de Mato Grosso do Sul continuou sem realizar deslocamentos. Em 2023, 37,8% dos entrevistados citaram a falta de dinheiro como o principal motivo para não viajar. Esse percentual é superior aos 34,4% registrados em 2021. Outras razões apontadas incluíram a falta de tempo (22,2%) e a falta de interesse em viajar (6,2%).
O Mato Grosso do Sul se destacou no cenário nacional com o quinto maior valor médio de gastos por viagem com pernoite, considerando a unidade da federação de origem, com uma média de R$ 1.912 por viagem. O estado ficou atrás apenas de unidades como o Distrito Federal, com R$ 2.748, e Roraima, com R$ 2.119.
Já no quesito de gasto médio das viagens nacionais com pernoite por unidade de federação de destino, Mato Grosso do Sul ocupou a 18ª posição, com uma média de R$ 1.459. Estados como Alagoas (R$ 3.704) e Pernambuco (R$ 2.683) lideraram o ranking de destinos mais caros.
Os gastos totais em viagens com pernoite realizadas por moradores de Mato Grosso do Sul chegaram a R$ 204 milhões em 2023, representando um aumento de 105,3% em relação a 2021, quando os gastos totalizaram R$ 99,3 milhões.
Em todo o Brasil, o número de domicílios com pelo menos um morador que viajou atingiu 15,3 milhões em 2023, representando 19,8% do total de domicílios. Esse percentual representa um avanço em relação aos anos de 2021 e 2020, quando o número de viagens foi drasticamente reduzido em função da pandemia.
O estudo do IBGE demonstra que o turismo brasileiro começa a retomar níveis próximos ao período pré-pandêmico, com destaque para os estados do Sudeste e Nordeste, que continuam sendo os principais destinos de turistas nacionais.
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