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Segundo morcego com raiva é encontrado em Campo Grande

Autoridades orientam sobre prevenção e medidas em caso de contato com os animais

05/02/2025 às 10h18
Por: João Paulo Ferreira
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Imagem ilustrativa
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O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) confirmou na última terça-feira (4) o segundo caso de raiva em morcegos neste ano em Campo Grande. O animal foi recolhido no Bairro Ouro Preto, na região sul da cidade. O primeiro caso havia sido registrado no Bairro São Francisco, com confirmação pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) no dia 31 de janeiro.

A raiva é uma doença transmitida pela saliva de animais infectados e pode causar sintomas neurológicos graves, levando à morte. De acordo com a professora Juliana Galhardo, da Famez (Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia) da UFMS, a transmissão ocorre por mordedura, lambedura ou arranhadura. “O vírus precisa entrar pela pele ou musculatura dos mamíferos para infectar um novo hospedeiro”, explica.

Como agir ao encontrar um morcego?

O CCZ orienta que a população nunca toque nos morcegos sem proteção, independentemente de estarem vivos ou mortos. Caso o animal esteja caído no chão, a recomendação é cobri-lo com um balde ou caixa e acionar o CCZ para o recolhimento. Se um morcego for encontrado dentro de casa, a melhor medida é isolá-lo em um cômodo escuro até que a equipe de zoonoses possa buscá-lo.

Em caso de contato direto com o animal, a pessoa deve lavar a região afetada com água e sabão imediatamente e procurar a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) mais próxima para avaliação e possível profilaxia com vacina e soro antirrábico.

A veterinária do CCZ, Maria Aparecida Conche Cunha, esclarece que nem todos os morcegos estão contaminados, mas a atenção deve ser redobrada caso o animal esteja voando durante o dia, caído no chão ou tenha adentrado imóveis. “Se ele estiver em comportamento natural, voando à noite em busca de alimento, não há motivo para preocupação. Mas se for encontrado em situações incomuns, há risco de transmissão da doença”, alerta.

Proteção dos animais domésticos

A vacinação contra raiva é a principal forma de proteção para cães e gatos. O CCZ mantém a campanha de imunização em bairros como Rita Vieira, Tiradentes e Vilas Boas, além de disponibilizar a vacina na sede da unidade, na Avenida Senador Felinto Muller, 1601, Vila Ipiranga.

A veterinária ressalta que os pets podem ser infectados ao interagir com morcegos caídos. “Os animais de estimação são curiosos e podem tocar no morcego. Caso estejam vacinados, a imunização bloqueia o avanço do vírus”, explica.

Cuidados em áreas rurais

No meio rural, a atenção deve ser ainda maior, pois existem espécies de morcegos que se alimentam de sangue e podem transmitir o vírus ao gado. A Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) é responsável pela vigilância nesses locais e recomenda a vacinação anual de cães, gatos, bovinos e equinos.

Contato com o CCZ

A população pode acionar o CCZ para recolhimento de morcegos pelos telefones (67) 3313-5000 ou (67) 2020-1794 (horário de plantão). O órgão não realiza captura de morcegos em locais altos, desalojamento ou higienização de telhados.

Mesmo com os riscos, os morcegos desempenham um papel importante no equilíbrio do ecossistema. A maioria das espécies encontradas na área urbana se alimenta de insetos, frutas e néctar. A transmissão da raiva entre eles ocorre geralmente por brigas e pelo hábito de lamber uns aos outros.

Desde 2015, não há registro de casos de raiva em seres humanos no Mato Grosso do Sul, mas a vacinação e a atenção aos sinais da doença continuam sendo fundamentais para a prevenção.

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